Saiba mais sobre a nova graphic novel do quadrinista francês que está sendo lançada no Brasil pela Editora Nemo
Fabien Toulmé, autor das graphic novels Não era você que eu esperava e A odisseia de Hakim, acaba de lançar seu novo quadrinho: Inesquecíveis, A obra é a primeira de uma série que aborda histórias verdadeiras através de uma coletânea de depoimentos captados pelo quadrinista francês.
Em Inesquecíveis, Toulmé nos apresenta seis narrativas, cada uma das quais, nas palavras do próprio autor, relata o acontecimento mais significativo na vida desses personagens. “Queria que essas histórias dissessem algo sobre quem somos, contassem os problemas e a beleza do nosso tempo com emoções e assuntos variados”, conta o quadrinista no prefácio da obra.
Émilie, Beatriz, Marie, Kévin, Marine e Grégory são os protagonistas desta graphic novel que promete divertir, emocionar e, ao mesmo tempo, proporcionar grandes lições. Registrando relatos que ressoam de forma universal, Toulmé nos oferece mais uma vez um retrato profundo e realista da condição humana, através de sua singular sensibilidade.
Ao longo de sua carreira, Fabien Toulmé tem contado, além de sensíveis narrativas ficcionais, – Duas vidas e Suzette – ou o grande amor, também histórias reais. Desde a sua própria, em Não era você que eu esperava – relato emocionante sobre a aceitação e o amor incondicional, inspirada no nascimento de sua filha Julia, que possui síndrome de Down; a trilogia A odisseia de Hakim, uma crônica envolvente e impressionante sobre as provações de um refugiado sírio e Reflexos do Mundo, com Na luta, destacando as lutas de mulheres contra a opressão ao redor do globo.
Para saber mais sobre a trajetória de Fabien, incluindo sua passagem pelo Brasil, confira a entrevista que fiz com ele no FIQ de 2022:
O que já sabemos sobre o evento exclusivamente dedicado à nona arte mais legal do país!
Anote na sua agenda, e já vai guardando seu rico dinheirinho, para aproveitar um dos eventos mais queridos e aguardados do ano! A 12ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte – FIQ BH será realizada entre os dias 22 e 26 de maio de 2024, no Minascentro.
O Festival é reconhecido como o principal evento do gênero na América Latina, tem como objetivo principal promover, valorizar e incentivar o crescimento da cena dos quadrinhos na cidade e é um dos meus eventos favoritos!
O que já sabemos sobre a 12ª edição do FIQ BH?
Podemos esperar por muita gente muito talentosa e bacana nas centenas de mesas de artistas, com trabalhos relacionados a quadrinhos, publicações próprias ou colaborações com editoras.
Vai ter também estandes de editoras, de livrarias, de escolas, de lojas, de distribuidoras de material de arte e de grupos de quadrinistas.
A identidade visual desta edição do FIQ é da Ing Lee – artista coreano-brasileira e surda oralizada, natural de Belo Horizonte e que atualmente reside em São Paulo. Bacharel em Artes Visuais pela UFMG, atua como quadrinista e ilustradora desde 2018. Paralelamente, integrou o programa Amigos da Embaixada da Coreia em 2022, como promotora da cultura coreana no Brasil.
Ing é cofundadora do selo editorial e eixo de experimentação gráfica O Quiabo, participou do programa Amigos da Embaixada da Coreia em 2022, promovendo a cultura coreana no Brasil, e é membro do Mitchossó, coletivo da diáspora coreana da Casa do Povo. Ela também se dedica à análise de obras cinematográficas e literárias, além de ministrar mentorias focadas em produção de quadrinhos e processos criativos para jovens artistas. Ing também foi a ilustradora do premiado livro ‘Amêndoas’, de Won-pyung Sohn.
E vai ter também a Rodada de Negócios da 12ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte – FIQ BH, nos dias 22 e 23 de maio, das 9h às 13h. Correalizada pelo Sebrae Minas, a Rodada de Negócios visa estreitar os laços entre quadrinistas e editoras.
É o momento para conectar quadrinistas com 15 editoras de sete estados diferentes e explorar novas oportunidades no mundo dos quadrinhos. Com uma ampla variedade de títulos e projetos, as editoras presentes prometem levar a bibliodiversidade para os seus encontros, abrindo espaço para que cada quadrinista encontre sua linha editorial ideal.
Que tal relembrar histórias de edições anteriores do FIQ? Confira essa entrevista super divertida que fiz com Lucas Ed e Mariamma Fonseca, curadores do FIQ 2022.
No último FIQ também fiz uma entrevista muito, muito legal com o quadrinhista francês Fabien Toulmé, que estava lançando “A Odisseia de Hakim” no Brasil. Quem sabe ele participa do evento novamente este ano…
Assim que tiver mais novidades sobre o 12o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte – FIQ BH corro aqui e compartilho com vocês!
Confira a crítica de João Camilo, com alguns pequenos spoilers, do longa escrito e dirigido por Jonathan Glazer
Há um meme, da época do Facebook, que mostra uma foto de uma cidade, São Paulo. De um lado de um muro, uma favela e do outro, um prédio de luxo. A ideia de denunciar a desigualdade social é clara, mas o que nos interessa é a estrutura de poder, claramente isolando realidades em cenários distintos. A cena é opressiva por que a fotografia captura a imagem de forma que o lado “menor” oprime o outro lado com um arranha-céu e brilho.
Quando você assiste “Zona de Interesse”, filme baseado na obra de Martin Amis e dirigido por Jonathan Glazer, você tem essa mesma divisão de cenários causados por uma situação de opressão e isolamento. Ao contrário da maioria dos filmes sobre o Holocausto, não há cenas de violência ou imagens de sofrimentos físicos das vítimas.
Pode ser comparado com “A Lista de Schindler”. Nele, o escopo gigantesco do Holocausto é mostrado por Spielberg de maneira a apelar ao emocional. É algo explícito, que ocupa a tela com grandiosidade. Cadáveres são empilhados e execuções sumárias são destacadas em cena. Já em “Zona de Interesse”, quase toda ação acontece na casa da família alemã (a de Rudolf Höss), vizinha ao campo de concentração de Auschwitz.
É um filme de interiores, tanto pelo cuidado com a construção da imagem e cenário, que lembra um pouco “Parasita”, quanto pelos personagens que poderiam pertencer a um desses dramas suburbanos: uma família burguesa com pequenas preocupações, quase banais. Apesar da área aberta da casa, com jardins, eles estão confinados ao ponto da personagem principal dizer que a casa apenas parece ser grande.
Mas, as cores dessaturadas, sem vida, apesar da riqueza de elementos que mostra, e os sinais quase que subliminares (o som de tiros ao longe, filete de fumaça negra no horizonte) inverte o jogo. Se o interior do campo de concentração não é mostrado em cena, sua presença é constante, oprimindo e adoecendo a família alemã.
A história é simples: a promoção do marido que forçaria a família a mudar-se para outra cidade. Ou ao menos, a história aparente revelada em diálogos superficiais. As mulheres falam das compras e novos vestidos, os homens mostram planos de expansão do trabalho.
O contexto é que importa. Assim como o som e o visual faz com o que o Holocausto invada a cena de maneira subliminar, o diálogo banal também esconde essa história maior. As compras não incluem visitas às lojas de departamento, mas trata-se do leilão dos pertences das famílias judias aprisionadas e o trabalho é o aprimoramento dos fornos usados para assassinar os prisioneiros.
Então, parece ser apenas um filme sobre o holocausto, original em apelar para a construção de significado por uma combinação inovadora de técnicas audiovisuais. Pode ser e seria um ótimo filme para ensinar o que foi o holocausto para o atual governo de Israel, governo este que pode ter saturado o espírito da audiência com o tema, ao mesmo que reproduz ações genocidas na Palestina, reduzindo a disposição para assim algo relacionado.
Seria uma pena. Pode ser que o tema do filme fosse específico. Não importa. O que acontece, e é o principal com a arte, é que, quando o roteiro usa situações cotidianas para representar a família alemã, que poderiam ser transpostas para qualquer contexto histórico e social, ele universaliza a situações que levam a opressão e ao genocídio.
Em qualquer uma dessas situações, um grupo social suporta discursos de ódio pelo interesse em algo que não possui e tem a oportunidade de conseguir ao tomarem de uma minoria e ostentar esses pequenos desejos, simbolizados por bens materiais.
Eles sublimam a anormalidade dos mecanismos de poder usados para sustentar essa situação. Seja ele o discurso de classe social que se decide quem pode ou não viajar para a Disney, o antissemitismo ou o sionismo.
Ao mostrarem que a família comum alemã, ou seja qualquer família, se acomodou para apoiar Hitler, “Zona de Interesse” demonstra que qualquer família, brasileira, americana, israelita também pode fazer o mesmo e que o holocausto também pode ser todos os genocídios que ocorreram antes e continuam acontecendo.
Título original – The Zone Of Interest
1h 45min | Drama, Histórico, Guerra
Direção e Roteiro: Jonathan Glazer
Elenco: Christian Friedel, Sandra Hüller, Lilli Falk
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, o comandante de Auschwitz, Rudolf Höss, e sua esposa, Hedwig, se esforçam para construir uma vida idílica para sua família em uma casa vizinha ao campo de concentração.
Confira a crítica com um spoilerzinho de João Camilo para o novo longa de animação do Studio Ghibli
“O Menino e a Garça” é um típico conto de fadas, mas uma obra típica de Miyazaki vai sempre evitar as armadilhas dos lugares-comuns. A fantasia é inevitável e está nos espreitando logo ali.
Os primeiros contos de fadas, que ainda não tinham tal nome, eram compartilhados por contadores de histórias que se valiam da voz e da memória, não do papel e da leitura, para transmitirem narrativas e tradições muitas vezes derivadas de mitos. Para essas pessoas, o que era contado era verdadeiro e, portanto, essa arte não se justificava como uma fuga da realidade. Não era uma questão relevante, pois se você acredita no que está sendo representado, aquilo também é parte da realidade.
Na medida em que nos distanciamos do contexto destas sociedades, as narrativas foram sendo ajustadas a representações estilizadas, literárias ou não, se distanciando da realidade. O fantasioso passou a ser um espaço estranho, distante, e que, em séries como Harry Potter ou Crônicas de Nárnia, criam uma oposição ao real e funcionam como escapismo. Porém, arte é parte do real e o escapismo uma sopa vazia que Hayao Miyazaki evita em nos alimentar.
A fórmula Miyazaki é o contraste, que realça a fragilidade das coisas. Totoro, Kiki ou Haku convivem em um mesmo universo de guerras (em geral ligadas às ameaças aéreas como aviões e pássaros) e destruição. O conceito filosófico-estético Mono no aware, quase tão intraduzível quanto nossa “saudade”, faz referência a essa fragilidade das coisas, mas não apenas, como na representação do Crepúsculo Celta da poesia irlandesa de Yates. Também representa a nossa consciência da efemeridade das coisas, como os cabelos brancos de Sophie em Castelo Animado ou a poluição em Nausicaa.
Hayao Miyazaki – Foto de Nicolas Guérin
É o fim?
Em“O Menino e a Garça”, aquele que pode ser o último filme de Miyazaki, encontramos novamente esses elementos. A história se passa durante a II Grande Guerra, e segue a vida de Mahito, cujo pai, dono de uma fábrica de cockpits de aviões, se muda para uma propriedade rural, para viver com a tia, sua nova mãe, grávida. Uma garça-real (que de certa forma me fez lembrar os EVAs de Neon Gênesis Evangelion) quebra a realidade, atraindo o menino e a tia para uma torre misteriosa, que, “de outro mundo”, invadiu a realidade.
Para resgatar a tia (ela sim, em um momento de escapismo) Mahito entra na torre e se aventura por um mundo cheio de alegorias, que desafia o tempo e espaço. Lá pelicanos e até periquitos (uma espécie invasora) são perigosos e colorem a tela. É hora de admirar a animação tradicional que Miyazaki sempre defendeu, que consegue ser ao mesmo tempo deslumbrante e assustadora. Desde Freddy Krueger que os periquitos não causam tanta tensão.
É arte e estilo, mas estilo é substância. A jornada de amadurecimento de Mahito é feita unindo o fantasioso e o real. As escolhas que ele faz não são entre um e outro, são escolhas éticas, entre o bem e o mal, conceitos, que havemos de concordar, são reais e tão fantásticos como dois unicórnios correndo por um prado.
O Menino e a Garça – Ficha Técnica
Kimitachi wa Dou Ikiru ka – The Boy and the Heron
Japão – 2023 • cor • 124 min
Direção: Hayao Miyazaki
Produção: Toshio Suzuki
Roteiro: Hayao Miyazaki
Baseado em Kimitachi wa Dou Ikiru ka de Genzaburo Yoshino
Gênero: Fantasia
Música: Joe Hisaishi
Companhia produtora: Studio Ghibli
Sinopse: Um jovem garoto chamado Mahito, de 15 anos, ansiando por sua mãe, se aventura em um mundo compartilhado pelos vivos e os mortos. Ali, a morte encontra um fim e a vida encontra um começo. Uma jornada para descobrir o crescimento espiritual, a pobreza e o significado da vida com a ajuda de seu tio, cujo conselho é comunicado a ele por um diário. Uma semi-autobiografia fantástica sobre vida, morte e criação, em homenagem à amizade, da mente de Hayao Miyazaki.
Confira a crítica sem spoilers de João Camilo Torres do longa-metragem dirigido por Yorgos Lanthimos
Pobres Criaturas (2023) – Sinopse: A jovem Bella Baxter é trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter. Querendo ver mais do mundo, ela foge com um advogado e viaja pelos continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella exige igualdade e libertação.
A personagem principal se chama Belle, é um conto tão antigo quanto o tempo, mas não é mais uma versão de A Bela e a Fera. Pobres Criaturas é baseado em um livro de Alasdair Gray: Poor Things: Episodes from theEarly Life of Archibald McCandless MD, Scottish Public Health Officer e qualquer semelhança com Frankenstein não é mera coincidência.
De tempos em tempos surgem cineastas que, no mais puro espírito barroco, fazem filmes em que somos inundados pela riqueza de cores (e se for um filme em preto e branco, descobrimos quantos tons de preto e branco podem existir) e detalhes cênicos, que transformam o realismo em fantasia: Tim Burton (quando era divertido), Terry Gilliam, Peter Greenaway ou Del Toro. É assim em Pobres Criaturas do diretor Yorgos Lanthimos.
É conveniente compararmos com Burton, especialmente o Burton de Edward Mãos de Tesoura, pois ambos filmes são entrelaçados pelo Frankenstein de Mary Shelley.
A diferença talvez seja imperceptível para o público brasileiro, que basicamente desconhece a obra do escocês Alasdair Gray. No livro, a obra de Mary é usada para um jogo de metalinguagem, em que a narrativa romântica é subvertida por uma segunda narrativa, do ponto de vista de Bella, que coloca em dúvida a veracidade dos eventos fantásticos que o marido, Archibakd (Max no filme) McCandles.
No longa, o artifício é reforçado pela reconstrução steampunk de cenários reais como Lisboa e Alexandria e não há outro contraponto em que duvidamos da realidade da história para acreditarmos em sua verdade.
Assim, o filme subverte Frankenstein. O cientista (Willem Dafoe) é que se parece com a visão usual da criatura. Ao contrário do cientista da novela, um pai ausente, ele é super-presente e cegado pela lógica científica.
Talvez o elemento mais fantástico da produção seja a forma inverossímil como se dá a educação da criatura, que, autodidata, faz uso de um dos poemas mais complexos da língua inglesa, Paradise Lost de John Milton. A educação de Bella passa a ser o ponto de construção da narrativa, que transforma a história (e revela a origem do Frankenstein) em uma modernização do mito de Pigmalião.
Bella tem o corpo adulto e a mente infantil e essa contradição acelera seu desenvolvimento, transformando o filme em um romance de formação, em que a jovem viaja por diferentes lugares a fim de conhecer o mundo, ter experiências e, existencialmente, se conhecer.
Esse tipo de romance é típico de sátiras como O Asno de Ouro de Apuleio ou Cândido de Voltaire e o filme faz bom uso do talento para pantomima de Emma Stone e Mark Ruffalo para conduzir a história. É quando o tom sombrio se afasta e a obra ganha cores, de tal forma, que os olhos de Emma Stone, que parecem ter desenhados por Al Hirschfeld, são eclipsados.
O amadurecimento de Bella tem uma mensagem que é diferente da mensagem sobre a responsabilidade pela educação dos filhos presente na obra de Mary Shelley. Mesmo que Bella perca tempo discutindo filosofia (ela cita Diógenes para um proclamado cínico na cena mais bonita do filme), a mensagem é sobre sua autonomia e, portanto, a autonomia de todas as mulheres e a forma de opressão usada pela sociedade é a repressão do seu desejo sexual.
Se fosse uma fábula de Esopo, a moral seria: deixe ela foder em paz e, mesmo que o filme esboce uma crítica social, é, no final das contas, algo mais individual e freudiano. Por que Lisboa e Hollywood são bonitas demais para Marx.
Na programação do evento, diversas atrações para fãs de games e cultura pop
Nos dias 27 e 28 de janeiro (sábado e domingo), das 14h às 19h, o campus Prado da Estácio (rua Erê, 207) vai se transformar numa verdadeira cidade para geeks e gamers com a 1ª edição em Belo Horizonte do Festival Gamer e Geek.
O evento contará com diversas atrações, entre elas, quiz com brindes, game show no telão com títulos de jogos recém-lançados, concursos de cosplay/pet e k-pop, torneio de games (eSports) nas modalidades Stumble Guys, League of Legends e Fifa, desafio Minecraft, em que participantes serão desafiados a construir os pontos turísticos de Belo Horizonte. E ainda o som da banda The Call Of Nerds, conhecida por tocar trilhas de animes, filmes e desenhos, como La Casa de Papel, Stranger Things, Naruto, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco.
Entre as presenças confirmadas, youtubers, cosplayers e comentaristas que vão mostrar a força do universo geek e gamer, como Rodrigo Digo Soares (@digolagames), Derik Dionizio (@derikdionizio), Julha (@juhlets), Julio (@shirou8d) e Luisa Pacheco (@luisapachecod). O evento ainda contará com uma ação VIP apenas para convidados no dia 26, o Esquenta, em um tour por Belo Horizonte.
No decorrer do festival, o público também poderá visitar e interagir nas arenas “Gamer”, com jogos atuais, “VR”, com games imersivos para uma experiência inovadora, “Card/RPG Mesa”, com mesas de RPG e jogos de cartas estratégicos, “BH”, para apreciar a cultura e a beleza da cidade, por meio de trabalhos de pontos turísticos feitos por crianças no Minecraft, “Pop”, para os visitantes jogarem Just Dance, e “Retrô”, com retrogames.
Os ingressos para o Festival Gamer e Geek já estão disponíveis e podem ser adquiridos no site da Sympla a partir de R$ 10,00 (Meia-entrada – crianças de 03 a 13 anos, alunos e professores). Alunos e professores Zion e da Estácio, cosplayers e responsáveis cospets, participantes do concurso K-pop, jogadores Play Energy de 14 a 25 anos, crianças de até 02 anos, idosos e pessoas com deficiência tem a opção de Ingresso social – grátis, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível para cada dia do evento.
Confira a crítica sem spoilers sobre o novo filme de Jason Momoa e o espírito natalino de João Camilo Torres
Já que é época de Natal e até ganhamos pipoca na entrada do cinema, vamos nos preparar para aquele momento em que temos nos reunir com toda família, inclusive aqueles parentes menos (ou nem um pouco) queridos, que, por boa educação, compram presentes para nós (e nós para eles).
Presentes que em geral são roupas de baixo com número errado, carteiras para dinheiro com a foto de Nossa Senhora ou uma caixa de baralhos em miniatura, de papelão, que não duram duas partidas de Truco. E quando você abre o embrulho com cuidado para não rasgar o papel (que você reconhece do ano anterior) e tem exagerar na alegria, pois deu os mesmos presentes para os parentes, e diz, mostrando os dentes e esticando os lábios como se fosse o Coringa, arregalando os olhos como a Vandinha e esganiça a voz para dizer: Que maravilha!!! Um lindo baralho fofo e espetacular!!!
Com todos adjetivos e pontos de exclamação (apenas três, pois não somos o Zack Snyder) para deixar claro que adoramos o presente. Que não adoramos, mas somos fingidores. Mas o que teria o Natal, além da época do lançamento, a ver com o segundo filme do Aquaman?
Se você gostou do primeiro filme, então é o espírito de Natal. Uma aventura veloz e cheia de cores (sim, não encontramos Nemo, mas os cenários continuam tão coloridos quanto uma loja de peixes) que mostra Aquaman, agora pai e rei, lidando com o Manta Negra, que desta vez encontra um tridente perdido, relacionado com o passado mitológico de Atlântida e coloca em risco a família real e o planeta (com uma mensagem óbvia e superficial sobre o aquecimento global). Um barato delicioso.
Se não gostou, deve ser pelos mesmos motivos que apenas molhará o pé na marola provocada pela imagem de Jason Momoa sem camisa. O diretor James Wan continua, assim como nos seus filmes de horror, querendo causar sustos na audiência, sustos que passam, porque são constantes.
Tudo no filme, menos a mensagem ecológica, é intenso; as cores que brilham demais e em excesso, a trilha sonora, as poses retiradas de painéis estáticos dos quadrinhos… Os personagens fazem THUM. E é apenas o som de um passo. E eles vivem dentro de água.
Quando ouvimos uma música, lemos um poema, qualquer narrativa, existem variações de intensidade que ajudam a provocar emoções nos outros. Imagine se a nona sinfonia fosse apenas Tam Tam Tam! Ou se a Enter Sandman fosse apenas os riffs de guitarra.
Mas, tal como você abrindo presentes, Wan não confia no enredo, na “gravidade” da cena, na capacidade dos atores, e precisa encher de !!! e adjetivos e advérbios. No cinema, os pontos de exclamação são os closes, a câmera lenta, a trilha sonora intensa, a mudança de iluminação da cena… Tudo isso muito intenso em Aquaman e o Reino Perdido.
Sem tempo para respirar, sem variação de frequência, afogamos e nem percebemos como Wan deriva tanto de outros filmes (tem um quê de Senhor dos Anéis e um cena com um Jabba, inclusive com a cantina de Star Wars, aquela da versão restaurada em que Lucas trocou o estéril, mas eficiente mundo cheio de alienígenas por um zoo visualmente poluído) e segue um roteiro cheio de furos e comédia forçada entre os dois irmãos da história.
Isso funciona? Claro, os presentes funcionam também. Mas apenas um pouco. Ano que vem tem mais, reaproveitando o papel de embrulho e colocando passas na farofa. Eu curto. Tem quem não, mas eu também gosto de Pizza Havaiana, com pêssego, figo e abacaxi.
“O Luto Abissal” narra a jornada de um professor que perde sua filha e encara seres grotescos no Rio de Janeiro da década de 1920
Você se lembra do roteirista e quadrinista Cristiano Seixas? Aquele que eu entrevistei no ano passado para falar sobre sua carreira nos quadrinhos e na animação quando do lançamento de “Contos da Calango”? O Cris está agora se aventurando em outras águas, agora numa jornada literária! Ele mergulha nas profundezas do oceano, no Rio de Janeiro dos anos 1920, em seu primeiro livro de terror psicológico: “O Luto Abissal”.
A publicação será lançada nesta quinta-feira, dia 14 de dezembro, às 18 horas, no Espaço Cultural da Casa dos Quadrinhos (Avenida João Pinheiro, 277, Funcionários). Vai ser um evento muito bacana, com direito a exposição de originais e coquetel (sem álcool), com entrada franca.
Publicada pela editora belo-horizontina Moby Dick, a obra narra a jornada do professor Jonas que, após cair em luto profundo pela perda de sua filha, é enviado pelo seu sogro para o outro lado do Atlântico para tratamento psiquiátrico.
“Porém, Jonas nunca chega ao destino traçado, porque é arremessado ao mar e sugado às profundezas. Em meio ao delírio e às descobertas de seres grotescos nas fossas abissais, o professor busca entender se está em extrema loucura ou avançando aos horrores destas criaturas nunca vistas antes”, descreve Cris Seixas.
Segundo o autor, estava em seus planos trazer o luto, uma temática ainda estigmatizada, para um dos seus trabalhos. “Há algum tempo queria me aprofundar no assunto de forma fantasiosa, até que veio a oportunidade, através do convite da Moby Dick, de abordá-lo em um projeto de terror, de uma forma mais dark e usando analogias”, conta.
Cristiano revela que a cidade e o período escolhidos fizeram todo o sentido para a narrativa. “A gente queria um momento alusivo ao crescimento industrial do Brasil, mas sem relação com a Primeira ou Segunda Guerra Mundial. A história transita pelo fundo do mar, hospício e mansões de europeus, então o Rio de Janeiro antigo, somado ao fato de ser uma cidade portuária, foi determinante para o enredo funcionar. Tudo isso casou muito bem com a arte do Alexandre Tso, amigo de longa data, ex-aluno da Casa dos Quadrinhos e parceiro de outras empreitadas”, destaca.
Confira um trecho do livro “Luto Abissal”
“Ah. Mas o amor se mostra como temporal, muitas vezes feio, efêmero, egoísta, e outras vezes seus momentos mais belos passam despercebidos. É no luto que o vemos em retrospecto, o tanto que era abundante e não pronunciado. No luto vemos o belo e profundo amor que se foi, mas daí já é tarde demais. Sempre que sentirmos esse amor numa morte, revivemos as belas memórias como monstros de um pesadelo que nunca vai acabar. E quando a morte deste amor é nossa culpa, estes monstros que te envolvem são tudo que lhe resta. E nas profundezas desses amores perdidos, prefiro deixar os monstros me consumirem, do que perder as lembranças mais preciosas que tenho”.
Os autores
Cristiano Seixas CRÉDITO Igor Clementino
Cristiano Seixas – Diretor de arte, quadrinista, roteirista e cofundador da Casa dos Quadrinhos (CDQ) – Escola Técnica de Artes Visuais e Digitais. Graduado em Design Gráfico pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, mestre em Animação Digital pelo Art Institute of California. Foi o primeiro roteirista brasileiro a adaptar para os quadrinhos uma franquia de Hollywood, comercializada em 10 países, “Alien: The Original Screenplay”, pela Dark Horse Comics. Seus recentes projetos são a HQ “Contos da Calango” e a revista “Maeve Rising Warrior”.
Alexandre Tso – Nascido em Belo Horizonte, estudou na Casa dos Quadrinhos e trabalhou como ilustrador para vários setores, desde capas para revistas, como a “Mundo dos Super-Heróis“, a peças promocionais para a “Walt Disney Company”. Já fez capas e material exclusivo para a Ghostjack Entertainment, na qual começou uma relação criativa com os projetos de Cristiano Seixas nos últimos anos. Participou de inúmeras convenções e feiras da área pelo Brasil.
Confira a resenha de Renato Vieira para o gameRemnant: From the Ashes
Recentemente, saiu a continuação de um jogo que eu adoro, mas que não fez muito sucesso, ou melhor, que fez muito sucesso com um público muito específico, atualmente alguns chamam isso de um “Cult Hit”.
O jogo Remnant: From the Ashesé uma mistura de Resident Evil 4 com Dark Souls, mas feito por uma desenvolvedora de pequeno porte. Ele tem uma centena de pequenos problemas, que passam pela história meio confusa e terminam em limitações de formas de jogar, porque certas coisas simplesmente não se encaixam. Além disso, uma reclamação comum é que para coletar todos os itens do jogo você tem que “rejogar” várias vezes, mas isso é um problema antigo de todos os jogos que usam algum tipo de criação automática do ambiente (procedural generation).
O jogo
O mundo foi lançado no caos por um terror antigo de outra dimensão. A humanidade se esforça para sobreviver, porém, ela possui a tecnologia para abrir portais até outros mundos alternativos. Você precisa viajar pelos portais para descobrir a origem de todo esse mal, além de buscar recursos para sobreviver e lutar com unhas e dentes para dar à humanidade a chance de um novo começo…
Remnant: From the Ashes é um jogo de sobrevivência em terceira pessoa, em um mundo pós-apocalíptico infestado de criaturas monstruosas. Você, um dos últimos remanescentes da humanidade, vai enfrentar sozinho – ou acompanhado por até dois outros sobreviventes – as hordas de inimigos mortais e os chefes épicos para tentar retomar o que foi perdido.
Explore mundos gerados de modo dinâmico que mudam cada vez que você joga, criando novos mapas, novos encontros com inimigos, novas oportunidades de missões e novos eventos dentro do jogo. Cada um dos quatro mundos únicos do jogo está repleto de horrores monstruosos e ambientes que vão oferecer desafios novos a cada sessão de jogo. Adapte-se e explore – ou morra tentando.
De qualquer forma, o jogo tem o atributo mais importante de todo e qualquer game: Ele é divertido. De nada adiantam gráficos de última geração ou uma história maravilhosa e envolvente se o jogo não se sustenta como jogo. Melhor seria se tivessem feito a série de TV, como em Last of Us.
Para mim, Remnant II pode ser considerado um jogo perfeito, todas as arestas foram polidas, todas as reclamações foram consideradas e os problemas que sobraram estão todos na categoria, “não é defeito, é qualidade”. Desde a homogeneidade das classes do primeiro jogo – que viraram uma centena, e que têm que ser destravadas em jogo, se tornando verdadeiros prêmios para aqueles que realmente interagem e exploram os mundos de Remnant II – até o design dos chefes de fase, que eram um ponto fraco do primeiro, e que são um dos maiores pontos fortes da parte 2, o Labirinto talvez tenha o melhor chefe da história dos jogos.
Jogabilidade
Mas é um jogo muito difícil, muito mesmo, é um Dark Souls com armas de fogo em que você não tem que ficar recuperando seu cadáver a cada morte, o que facilita muito a vida. Porém, ainda é um enorme desafio com combates extremamente difíceis e mecânicas que exigem aprendizado e prática e vários modos mais difíceis ainda, como o “hardcore” com uma única vida.
E é um jogo enorme, apesar de ser possível chegar ao final em coisa de umas 20 ou 30 horas, dependendo do nível de habilidade do jogador, isso é só a superfície. Eu tenho dois jogos, um com mais de 100 horas, outro no modo “Hardcore”, com mais umas 30 horas. E tudo foi feito em coisa de umas 3 semanas, pode-se ver que eu adorei o jogo.
Além disso tudo, em termos de jogo temos as lateralidades que completam a coisa. A história central fica um pouco meio perdida entre as pequenas histórias de cada mundo por onde você passa. Mas ela é coesa em si mesma e funciona perfeitamente bem e reforça a natureza do jogo em vez de concorrer com ela. A trilha sonora é maravilhosa, já ouvi a música tema uma centena de vezes.
Cenários
Os cenários são muito mais interessantes e trazem muito mais personalidade a cada um dos mundos. Até mesmo o deserto futurista e escuro, claramente inspirado na franquia Alien que muitos críticos acharam monótono, eu achei o máximo. Mas eu sou fã da franquia e assisti até as coisas terríveis.
Tudo o que se espera de um jogo de uma grande empresa está lá, ótimos gráficos e efeitos visuais, facilidade de acesso, variedade de estilos, etc. O único ponto que eu posso realmente classificar como negativo é a falta de otimização no lançamento. O jogo saiu completamente não jogável se você não tivesse uma máquina de última geração, mas isso é só para PC e só nas primeiras semanas. Pouco tempo depois, já tinha um modo “batata” para aqueles que não são entusiastas de hardware de última geração.
Contudo, por alguma razão meio difícil de explicar, eu gostei mais do primeiro, e eu admito com toda clareza e tranquilidade que o Remnant II é um jogo muito melhor do que seu antecessor. Depois de muito raciocinar sobre o assunto, a única conclusão que eu consegui chegar é que é mais fácil se apaixonar do que amar, mas o que diabos isso tem a ver?
Apaixonado
Bem, quando você conhece alguma coisa nova, seja um hobby, ou um livro, ou até uma pessoa, aqueles primeiros momentos de aprendizado, onde tudo é novo e excitante, são muito mais fáceis e muito fortes. O que não quer dizer que eles ficam automaticamente ruins depois de um tempo, mas eles deixam de ter aquela excitação da novidade, passam a ser uma espécie de rotina, onde existe muito prazer, mas existe uma certa taxa de manutenção, um esforço que você nem enxerga nos primeiros momentos, mas que já estava lá.
Por exemplo, li, a bastante tempo atrás, “A Torre Negra” de Stephen King, uma história dividida em 10 livros, mas apenas uns 3 ou 4 são realmente bons. Obviamente o primeiro, felizmente o último, e uns dois lá pelo meio da coisa toda. Mas foi um sofrimento passar por vários livros completamente dispensáveis por alguns bons momentos no total. Por outro lado, eu vi as 4 primeiras temporadas de Game of Thrones, mas não consegui chegar no final, porque até mesmo ver um filme ou uma série exige um tipo de esforço, e às vezes a gente faz a conta e conclui que não vale a pena o trabalho que dá.
Acho que a mesma coisa se aplica nesse caso. Eu já amo essa série de jogos, mas, ao mesmo tempo, já estou na fase de manutenção. Sei o que vem a seguir, sei como a coisa funciona, não existe mais aquela excitação do novo, do aprendizado, do diferente. Novamente, não tem nada de ruim no jogo, e volto a recomendar a franquia, para todos aqueles que gostem de um pouco mais de desafio em seus jogos de tiro. E ainda mais, recomendo que comecem pelo segundo, que é bem melhor mesmo. De fato eu amo esses jogos porque eu sei como eles são, mas amar também é um esforço, mas é um esforço que, para mim, vale a pena.
Novidade!
Daqui há duas semanas, no dia 14 de novembro, será lançada a primeira expansão de Remnant II, que expandirá o mundo de Losson. The Awakened King traz uma nova forma de contar as pequenas histórias locais, com uma experiência mais concisa e direcionada, além de expandir os itens, habilidades e trazer até uma classe nova. Eu tenho a edição premium e não vou deixar de jogá-la assim que sair. Sugiro a vocês, fãs de Dark Souls e entusiastas desse estilo masoquista de jogo, a não perderem essa oportunidade!
Saiba mais sobre a10ª edição do eventodedicado para fãs de quadrinhos, filmes, animes e jogos
Neste fim de semana, o Minas Shopping será mais uma vez palco do Nerd Experience (NXP), maior evento da cultura geek de Minas Gerais. A 10ª edição do festival será realizada, nos dias 21 e 22 de outubro, no estacionamento G3, e vai reunir amantes da cultura pop para uma programação repleta de atrações, que inclui a presença de icônicos dubladores e influenciadores digitais desse universo. Os ingressos para o evento estão à venda pelo Sympla.
Foto Henrique Silva
Nesta edição, o Nerd Experience terá painéis informativos com convidados especiais, competições, cosplayers e muitas surpresas para o público. Os dubladores Wendel Bezerra, responsável por imortalizar personagens icônicos (Goku, Bob Esponja e Batman) e Raphael Rossatto, mais conhecido por emprestar a voz ao Flynn Rider, de Enrolados, são algumas das presenças confirmadas. O youtuber Enaldinho também estará presente para interagir, responder perguntas e compartilhar a experiência que tem na produção de conteúdo on-line.
Foto Nathalia Braz Fãs de jogos de tabuleiro terão uma arena exclusiva, com uma grande variedade de games. E para quem é ainda mais animado, haverá um espaço com uma pista de Just Dance. Em homenagem aos 30 anos da franquia Jurassic Park, o evento terá um cenário “instagramável” com uma réplica do famoso Jeep do filme.