A casa das sete mulheres ganha adaptação em quadrinhos

Publicação da Maralto Edições tem desenhos de Verônica Berta

A casa das sete mulheres é um dos romances mais bem-sucedidos da literatura brasileira. Publicado em diversos países, como Alemanha, Itália e Grécia, em 2003 o livro recebeu uma adaptação para a televisão com veiculação em mais de 40 países. Agora, mais de vinte anos após a primeira edição, a obra ganha uma nova roupagem, desta vez em quadrinhos.

Escrito por Leticia Wierzchowski, a narrativa revela os eventos tumultuados da Revolução Farroupilha, um capítulo crucial na história do Brasil. A obra destaca a história de sete mulheres – Antônia, Caetana, Rosário, Ana, Perpétua, Manuela e Mariana – que enfrentam uma década de confinamento na Estância da Barra, pertencente à família de Bento Gonçalves da Silva. 

O livro retrata, com riqueza de detalhes, as batalhas que essas mulheres extraordinárias vivenciaram. Anita Garibaldi, embora não seja uma das “sete mulheres”, desempenha um papel fundamental na história. Sua coragem, determinação e luta pela liberdade também são amplamente exploradas.

Lançamento da Maralto Edições, A casa das sete mulheres em quadrinhos oferece aos leitores uma nova perspectiva sobre a história e os personagens. As ilustrações capturam a atmosfera rica e os cenários pitorescos da época, desde a fazenda onde as mulheres viviam até os campos de batalha da Revolução Farroupilha. 

Os detalhes meticulosos trazem à vida os trajes, as paisagens e os momentos emocionais dos personagens de uma forma que vai cativar tanto os leitores já familiarizados com a história quanto aqueles que a estão descobrindo pela primeira vez.

Os traços da ilustradora Verônica Berta mantiveram a essência e a profundidade da história original. Diálogos marcantes, conflitos intensos e momentos de conexão humana oferecem uma nova maneira de se envolver com a narrativa. 

A adaptação de A casa das sete mulheres para os quadrinhos é uma homenagem à duradoura importância da história e à sua capacidade de se reinventar em novas formas artísticas.  

As autoras

Leticia Wierzchowski é gaúcha de Porto Alegre e estreou na literatura em 1998 com o romance O anjo e o resto de nós. Desde então, não parou mais de contar histórias. Em 2002, resolveu voltar seus olhos para o passado da região onde nasceu, o Sul do Brasil – o Continente de São Pedro do Rio Grande do Sul era fronteira do império brasileiro e passou 300 anos grávido de guerras. Foi para contar um pouco desse panorama pelo ponto de vista feminino que ela escreveu A casa das sete mulheres. Após ganhar as telas da Globo, a história teve exibição em mais de 40 países, em lugares tão distantes quanto China e Afeganistão.

Leticia tem mais de 30 livros de ficção adulta e infantil publicados no Brasil e no exterior, entre eles Sal, Uma ponte para Terebin, Deriva, Cristal polonês e O menino que comeu uma biblioteca – os dois últimos receberam o selo Altamente Recomendável da FNLIJ e foram adotados em escolas de todo o país. É professora de escrita criativa e trabalha também como roteirista audiovisual.

Verônica Berta é quadrinista, ilustradora e colorista. É autora da HQ Ânsia eterna, finalista do prêmio Jabuti e indicada aos prêmios HQMIX e Angelo Agostini. A HQ também foi publicada em versão bilíngue no Catálogo HQ Brasil (organizado pela Bienal de Quadrinhos de Curitiba em parceria com o Itamaraty). 

Ilustrou a adaptação para quadrinhos de Quincas Borba, de Machado de Assis (com roteiro de Luiz Antonio Aguiar) e participou da antologia Eu e o isolamento (Programa Brasil em Quadrinhos – parceria entre a Bienal de Quadrinhos de Curitiba e a Embaixada do Brasil em Beirute). 

Também é autora de quadrinhos independentes, como Princesa de areia. Em 2023, mesmo ano em que lança sua adaptação em quadrinhos de A casa das sete mulheres, foi convidada para participar da exposição itinerante do metrô de São Paulo em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional ao lado de Marcelo D’Salete.

Concerto “Candlelight: 100 anos da Warner Bros.” em Belo Horizonte

Espetáculo comemora um século do estúdio com trilhas que fizeram história

Dica imperdível para fãs de cinema e música da capital mineira! Em comemoração ao 100º aniversário da Warner Bros. Studios, Belo Horizonte recebe o “Candlelight: 100 Anos da Warner Bros.”.
O concerto acontecerá no dia 13 de outubro no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete de Setembro, s/n – Centro) e tocará trilhas icônicas de sucessos desde O Senhor dos Anéis, O Mágico de Oz, Casablanca a Friends, Batman e muitos outros filmes e séries que marcaram gerações.

A apresentação terá a regência do Quarteto de Cordas Monte Cristo e promete levar os fãs em uma jornada musical para reviver suas trilhas sonoras favoritas tocadas em versão instrumental em um ambiente iluminado por milhares de velas.

O espetáculo terá dois horários de apresentação, às 18h30 horas e às 21 horas, e duração de 60 minutos. Os ingressos para esta atração podem ser adquiridas exclusivamente no site da Fever ou app da plataforma.

“Candlelight: 100 Anos da Warner Bros.” que também será apresentado em 100 cidades no mundo até o final do ano, fará uma apresentação especial na capital mineira. O espetáculo, parte da campanha global do centenário da Warner Bros. apresentará músicas de filmes premiados e programas de televisão inesquecíveis do catálogo da Warner Bros. em uma experiência musical única.

Candlelight: 100 Anos da Warner Bros – Programação:

O Mágico de Oz – Over the Rainbow (1939)
Casablanca – As Time Goes By (1942)
Cantando na Chuva – Singin’ in the Rain (1952)
Scooby-Doo – Tema Principal (1969)
A Fantástica Fábrica de Chocolate – Pura Fantasia (1971)
O Exorcista – Tema Principal (Tubular Bells) (1973)
Purple Rain – Purple Rain (1984)
Batman – Tema Principal (1989)
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel – Suite (2001)
Harry Potter e o Cálice de Fogo – Hino de Hogwarts’ (2005)
A Origem – Time (2010)
Mulher-Maravilha – Suite (2017)
Nasce uma Estrela – Shallow (2018)
Liga da Justiça – Final Battle (2017)
Friends – I’ll Be There for You (1995)

Concertos Candlelight
Os Concertos Candlelight são uma série de concertos de música originais criados pela Fever com o objetivo de democratizar o acesso à música clássica, permitindo que pessoas de todo o mundo desfrutem de apresentações de música ao vivo à luz de velas tocadas por músicos locais em vários locais deslumbrantes iluminados por milhares de velas. Candlelight foi inicialmente concebido como uma série de música clássica com concertos apresentando obras dos maiores compositores como Vivaldi, Mozart e Chopin.

Agora, a lista cada vez maior de programas inclui uma grande variedade de temas e gêneros, incluindo homenagens a artistas contemporâneos como Queen, ABBA, Coldplay e Ed Sheeran, além de shows dedicados ao K-Pop, trilhas sonoras de filmes e muito mais.

Essa experiência multissensorial também evoluiu para apresentar diferentes elementos, como dançarinos de balé ou artistas aéreos, além de outros gêneros, como jazz, soul, ópera, flamenco e muito mais. Concertos Candlelight estão presentes em mais de 100 cidades em todo o mundo, com mais de 3 milhões de convidados presentes até o momento.

Prepare-se para essa jornada musical e cinematográfica! E ouça as trilhas sonoras de seus filmes favoritos de forma surpreendente! Garanta seus ingressos para celebrar o 100º aniversário da Warner Bros. e redescobrir o incrível cinema, música e momentos icônicos do acervo da Warner Bros. no Cine Theatro Brasil Vallourec iluminado por um mar de velas!

Dica de leitura: HQ Amazonas, Abolicionistas e Ativistas

História dos direitos das mulheres pelo mundo ganha versão graphic novel pelas mãos de ativistas contemporâneas

A luta feminina por igualdade é longa e já foi contada por diversos ângulos e em diferentes suportes. Agora, a obra “Amazonas, Abolicionistas e Ativistas” relata esta história de maneira inovadora: em formato de graphic novel.

Lançamento da Editora Seoman e escrita pela ativista e crítica cultural negra Mikki Kendall, a publicação apresenta as principais figuras e acontecimentos que promoveram os direitos das mulheres ao longo do tempo.

Kendall, ao lado da ilustradora queer A. D´Amico, relata as proezas de mulheres notáveis ao longo da história – de rainhas e combatentes da liberdade a guerreiras e espiãs –, além de citar importantes passagens sobre os movimentos progressistas liderados por mulheres que moldaram a história, entre eles a abolição, o movimento sufragista, a entrada da mulher no mercado de trabalho, os direitos civis, o movimento LGBTQIA+, os direitos reprodutivos e muito mais.

Traduzida pela brasileira Denise de Carvalho Rocha, “Amazonas, Abolicionistas e Ativistas” trata, de forma contundente e ousada, de diversos temas que compõe a trajetória das mulheres rumos aos seus direitos, como: os direitos das mulheres na antiguidade; como era o poder de imperatrizes, rainhas e princesas; o papel da escravidão, do colonialismo e do imperialismo no processo de apagamento das mulheres; a luta feminina pela liberdade e a marcha pela igualdade. Passa ainda pela revolução sexual e pela crise da AIDS (entre 1960 e 1980) e pelos feminismos corporativo, inclusivo etc.

“Esta é uma obra dedicada àquelas que pavimentaram o caminho, para as que aprenderam a abrir caminho e para as outras que encaram caminhos ainda desconhecidos”, dizem a autora e a ilustradora na dedicatória.

Ao percorrer a história da luta feminina, do começo ao fim, a graphic novel mostra figuras históricas e contemporâneas como Angela Davis, Malala, Janet Mock e Jowelle de Souza, além de muitas líderes no mercado de trabalho e na política como Michele Bachelete e Ellen Johnson Sirleaf.

As leitoras são transportadas, junto com as personagens desta HQ (que representam a diversidade racial, estética e cultural) para uma viagem de resgate pelas origens e pelos progressos da luta pelos direitos de todas as mulheres.

Dica de leitura: Espero que eu não me apaixone por você, novo romance policial de Cesar Alcázar

Inspirada nas músicas de Tom Waits, publicação da Avec Editora mistura elementos clássicos das histórias de detetive com um toque fantástico

Se você é, assim como eu, fã de literatura policial, não deixe de dar uma olhada no site da Avec Editora. Desta vez, quero destacar o romance Espero que eu não me apaixone por você, escrito pelo gaúcho Cesar Alcázar, baseado nas músicas de Tom Waits, que está com preço promocional enquanto durar a pré-venda.

Um detetive melancólico, um amor do passado, uma morte suspeita, um mistério além do espaço e do tempo! “Espero que eu não me apaixone por você” brinca com os elementos clássicos das histórias de detetive adicionando um toque fantástico. Prepare-se para rir e se emocionar com esta aventura surreal.

O detetive Spero é um homem melancólico, atormentado pela lembrança de Martha, seu amor do passado. Ele tem fobia de palhaços e aliterações, lutou contra os fascistas na Guerra Civil Espanhola, gosta de uma boa cerveja, e anda um tanto distraído ultimamente (ou nos últimos vinte anos?).

Certa noite, Spero é contratado por Matilda, a mulher barbada do Gran Circus Tempus, para investigar a morte suspeita de seu marido, Chang, o atirador de facas, amante de Rosie, a incrível mulher mais tatuada do mundo, por sua vez casada com Baltazar, o acordeonista.

Trabalhando no caso entre uma cerveja e outra, Spero pensa se deve procurar Martha, ao mesmo tempo em que se encanta por uma figura misteriosa que vê em seu bar preferido todas as noites. Porém, a trama é mais complicada e perigosa do que o detetiCrimedetetiveHumorSobrenaturaltom waitsve esperava, o que pode colocar em risco sua sanidade, além da própria vida.

Ficou curioso? Então garanta o seu exemplar de Espero que eu não me apaixone por você! é só clicar no link https://aveceditora.com.br/produto/espero/.

O autor

Cesar Alcázar é o autor dos livros “Bazar Pulp – Histórias de Fantasia, Aventura e Horror” e “A Fúria do Cão Negro”, além de ter roteirizado as HQs “A Música do Quarto ao Lado”, “O Coração do Cão Negro” e “A Canção do Cão Negro”. Teve contos publicados em inglês pelas revistas Heroic Fantasy Quarterly e Swords and Sorcery Magazine. Idealizador do Porto Alegre Noir. Também atua como editor e tradutor.

Já pensou em jogar Banco Imobiliário com Realidade Aumentada? 

Taí um jogo de tabuleiro que quase todo mundo que tem 35 anos ou mais, já jogou pelo menos uma vez… O Banco Imobiliário da Estrela, versão brasileira do Monopoly, é o jogo mais vendido da história e também o que mais incorpora novidades.

A mais recente é Banco Imobiliário Realidade Aumentada. Nessa versão, as propriedades do icônico jogo da Estrela saltam aos olhos dos jogadores e jogadoras, tornando a disputa por terrenos ainda mais acirrada. É possível interagir com o tabuleiro utilizando o aplicativo do Banco Imobiliário Realidade Aumentada e ver incríveis construções surgindo em 3D através da tela do celular. 

Banco Imobiliário Realidade Aumentada

O mercado de imóveis se modernizou e está cada vez mais competitivo. Diversificar os investimentos virou palavra de ordem. O incrível jogo de tabuleiro para os participantes testarem sua habilidade de negociação, compra e venda, administração de valores. Ande pelo tabuleiro para adquirir importantes vias de transporte e/ou cias e tentar fazer fortuna. 

Cuidado com as surpresas no caminho que podem fazer você ganhar ou perder dinheiro. Se cair nas suas propriedades você pode descansar ou planejar a próxima ação, mas se cair na propriedade de outra jogadora, prepare-se: você vai ter que pagar aluguel!

Conheça Ámbar, novo romance policial de Nicolás Ferraro

Amargamente poético, tão corajoso quanto devastador, a obra chega ao Brasil pela Avec Editora

O escritor argentino Nicolás Ferraro, mais uma vez acertou o alvo em cheio e provou ser o rei do noir argentino com Ámbar, seu mais recente romance, que acaba de ser lançado no Brasil pela Avec Editora. O livro, um verdadeiro estudo de personagem atmosférico e emocional, ganhou o prestigiado Prêmio Dashiell Hammett da Espanha, de melhor romance policial de 2022.

Um dos maiores êxitos da literatura argentina atual, com Ámbar, Ferraro constrói uma narrativa poderosa sobre a relação entre uma adolescente, que apenas queria uma vida normal, e seu pai criminoso, responsável por arrastá-la para uma jornada ao inferno.

Ámbar, de quinze anos, nunca conheceu nenhum pai além de seu pai, Víctor Mondragón, nem outra vida além da dele – a vida de um criminoso. Em qualquer noite de sexta-feira, Ámbar deseja estar no fliperama ou em um show de rock, mas é mais provável que ela esteja consertando o último buraco de bala de Víctor em um motel sujo ou criando um novo conjunto de identidades falsas para os dois. Embora ela tenha aceitado a realidade de sua vida e desfrute de aspectos de liberdade e as restrições sociais que a ilegalidade lhe oferece, ela anseia por amor e estabilidade – para ser como qualquer outra adolescente.

Mas quando um mercenário tatuado mata o melhor amigo de Víctor e jura que Víctor é o próximo, pai e filha partem em uma jornada pela Argentina em busca de vingança sangrenta: é matar ou morrer. 

Contudo, a dor interior crescente de Ámbar doe mais do que o coice de sua amada espingarda, quando ela começa a questionar a estrutura de seu mundo. O que seu pai não está contando a ela? A vida dela poderia ser diferente? E ela sobreviverá o suficiente para descobrir?

Ámbar está em pré-venda no site da Avec Editora. Para garantir o seu exemplar, é só clicar no link https://aveceditora.com.br/produto/ambar/.

O autor 

Foto: Constanza Niscóvolos

Nicolás Ferraro descobriu a literatura noir graças ao jogo Max Payne e, desde esse momento, ela passou a formar parte de seu pódio junto com os hambúrgueres e a NBA. Enquanto se formava como Designer Gráfico na UBA, ganhava a vida jogando pôquer. Atualmente, trabalha na Biblioteca Nacional Mariano Moreno, no Centro de Narrativa Policial H. Bustos Domecq. 

“Dogo” (2016, Del Nuevo Extremo, Argentina), seu primeiro romance, foi finalista do concurso Extremo Negro. Em 2018, “Cruz” (2017, Editorial Revólver, Argentina; 2019, Nitro/Press, México; 2019, Delito Libros, Espanha; e 2022, SoHo, Estados Unidos) foi finalista do Prêmio Dashiell Hammett de Melhor Romance Policial oferecido pela Semana Negra de Gijón. A edição estadunidense foi eleita como um dos melhores livros de 2022 pela agência NPR, enquanto o site especializado CrimeReads o considerou uma das obras notáveis da ficção internacional. 

Lançou ainda “El Cielo Que Nos Queda” (2019, Editorial Revólver, Argentina; 2022, Parallelo45 Edizioni, Itália; 2023, Rivages, França). 

“Ámbar” (2021, Editorial Revólver, Argentina; 2022, Nitro/Press, México), agora disponível no Brasil, venceu o Prêmio Dashiell Hammett em 2022 e será publicado nos Estados Unidos pela Penguim Random House com o título “My Favorite Scar”.

Oblivion – Quadrinho independente mineiro aborda de forma sensível o tema da depressão

HQ criada por Fabrício Martins e Laura Jardim foi finalista do 2º Prêmio Geek de Literatura

E se fosse possível apagar suas memórias para começar uma nova vida? Esquecer as experiências ruins, traumas e todos os dissabores? Como isso poderia impactar em seus amigos ou familiares? 

Essa é a premissa de Oblivion, história em quadrinhos criada por Fabrício Martins e Laura Jardim, obra que foi finalista na edição do Prêmio Geek de Literatura. Lançado de forma independente em 2021, com o apoio da Lei Aldir Blanc de Minas Gerais, o quadrinho teve uma boa recepção no circuito de festivais e feiras. E segue como mais vendido ebook kindle na categoria  em Ficção Científica em Graphic Novels na Amazon.

Na narrativa, que se passa alguns anos no futuro, acompanhamos Anna. A protagonista tem poucos amigos verdadeiros, uma família que não a entende, um trabalho repetitivo com um chefe ruim e tem bem menos dinheiro do que gostaria. Essas questões, tão comuns, começam a pesar, levando Anna ao desânimo e tristeza. E aos poucos vemos como a personagem começa a cogitar apagar sua memória completamente.

Fabrício Martins e Laura Jardim, responsáveis respectivamente pelo roteiro e pelas ilustrações e colorização de Oblivion, bateram um papo super bacana comigo para o Achados e Perdidos, no canal do Youtube do Bar Princesa que você pode conferir neste link

Porém, tivemos um problema na gravação e perdemos uma parte da entrevista. Mas Fabrício Martins gentilmente respondeu novamente a pergunta que faltou, por escrito, para que a nossa conversa não ficasse incompleta. 

Bar Princesa: Como surgiu a ideia para criar Oblivion? Como foi o processo de criação?

Fabrício Martins: Toda a vontade de fazer quadrinhos veio da Laura. Ela queria muito fazer uma HQ para participar do Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ, e eu perguntei para ela se ela se importaria de fazer um projeto em conjunto. Todos os dias eu agradeço muito por ela ter topado.

Nossa ideia inicial incluía a tecnologia de apagar memória que apresentamos na versão inicial. Mas a premissa era diferente. Como somos dançarinos, Laura e eu, de Lindy Hop (um estilo de dança, nascido na década de 20/30 no Harlem, bairro negro de New York/EUA) a gente ama a cultura vintage e o jazz dessa época. O projeto inicial era mostrar um grupo de amigos que vive no futuro, mas são obcecados com o passado, em um mundo que as pessoas pagam para esquecer o passado.

Mas na medida que criamos a Anna, nossa protagonista, fomos nos apaixonando por ela e deixando-a nos conduzir por outros caminhos. Nesse ponto, a história mudou completamente e passou a ser sobre uma mulher que não sabe dizer não, que passa por uma série de problemas (uns pequenos e outros nem tanto) e que começa a cogitar “e se eu apagasse minha memória e começasse a vida de novo”?

Toda a criação de personagens, ambientação e diagramação ficaram por conta da Laura. No início, escrevi um roteiro muito aberto, mas por causa do prazo curto, as outras versões (foram muitas) ficaram cada vez mais decupadas e com sugestões estruturais. 

Mas sempre com diálogo constante entre nós dois. Laura fazia os storyboards e me devolvia para adaptar os diálogos e outros detalhes. E a cada página que eu recebia, minha visão sobre aquela história mudava completamente. A única coisa constante era que eu me apaixonava cada vez mais pelas soluções visuais de Laura. 

No fim, contamos também com a ajuda de Jane Carmen, na arte final; do Carlos ‘Caule’ Henrique, na diagramação; e da Clarice Pales, na revisão, fechando a melhor equipe de quadrinhos do mundo. 

Para saber mais sobre Oblivion, confira o bate-papo no canal do YouTube do Bar Princesa (estreia dia 7 de julho).

A HQ Oblivion está disponível na Amazon, nos links:

Oblivion na Amazon – ebook

Oblivion na Amazon – Quadrinho físico

The Flash: o exorcismo final de Zack Snyder

Confira crítica com spoilers de João Camilo Torres do novo filme do velocista escarlate a ao DCverso cinematográfico

Imagine a história sobre um vilão que insiste em recriar várias vezes a sua versão de uma narrativa, não importando o que será sacrificado ou o resultado final. Poderíamos estar falando do vilão do filme The Flash, mas é sobre o vilão do Universo Cinematográfico da DC que falamos.

A despeito de ter sucesso com, talvez, os dois melhores filmes baseados em quadrinhos de super-heróis conhecidos (o primeiro Superman, de Richard Donner e O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan), a DC tentou emular a organização feita por Kevin Feige para a Marvel, principalmente o retorno financeiro. Para isso, o cineasta Zack Snyder foi contratado para unir Super-Homem, Mulher-Maravilha e Batman e introduzir a Liga da Justiça.

A escolha não poderia ser pior. Feige escolhe os profissionais da Marvel baseado principalmente na leitura do público e na interação com o fanbase, como também ocorre com Harry Potter ou Guerra nas Estrelas, mas Snyder é um cineasta com uma assinatura única. Seus filmes são caracterizados por escolhas estéticas bem características (não é apenas a câmera lenta).

Os resultados têm, ao contrário do que o autor parece crer, filmes bem superficiais. Sucker Punch e Madrugada dos Mortos, por exemplo, são filmes de ação, com personagens simples e sem qualquer profundidade, explorando a estética da violência (algo que o cineasta Sam Peckinpah fazia com muito mais habilidade 50 anos atrás).

 Zack Snyder havia adaptado obras de quadrinhos de dois dos maiores autores de língua inglesa: “300”, de Frank Miller e “Watchmen”, de Alan Moore. 300, apesar da qualidade da arte visual de Miller, é uma história simplista e xenofóbica, uma alegoria americana das invasões no Oriente Médio. Já Watchmen é uma obra revolucionária, com diversos níveis narrativos. 300 serviu para os propósitos de Snyder e gerou muitos memes. E Watchmen foi simplificada ao extremo, desvirtuando a mensagem principal de Alan Moore. As duas juntas parecem uma ode à testosterona.

Snyder não alterou a sua visão ao imaginar o universo DC e aproveitou a porta aberta pelas versões sombrias dos anos 90. Seu Super-Homem é violento, capaz de matar e incapaz de resgatar o próprio pai. Seu Batman é um psicopata, sem motivações heroicas. O resultado parecia indicar um caminho para a DC, pois ocorreu um sucesso de público.

Então, ela aconteceu. Ou elas. Nos poucos minutos em que aparece no Batman Vs Superman – A Origem da Justiça, a Mulher-Maravilha sorri e nos lembra que a força dos personagens da DC está no simbolismo mítico que eles possuem. São heróis, versões modernas, ainda que menos ricas, de um Aquiles ou Prometeus. Com o filme de Patty Jenkins, um processo irreversível teve início. Enquanto Snyder finalizava o filme da Liga da Justiça, o público e os chefões da Warner queriam mais daquele sorriso e menos cenhos franzidos.

O resultado foi o Frankenstein Liga da Justiça de Joss Whedon, que foi um fracasso,  ao contrário do colorido (procurando) Aquaman e o primeiro Shazam. Não é como se os filmes ficassem bons, mas a diferença foi sensível em um mundo que estava bipolarizado entre cenhos que nos afundaram em uma pandemia e outros pesadelos e sorrisos que traziam esperança. Em suma, parte do sucesso da Marvel estava em entender que universo grit era coisa do passado. Lição que a Pixar havia ensinado com Os Incríveis, que é uma versão melhor do que qualquer versão de Watchmen.

Apesar do afastamento, boatos sobre uma versão Snyder da Liga da Justiça cresceram na web, impulsionados por bots, até se tornarem uma demanda, e apesar de precisarem investir o suficiente para fazer outros filmes, a Warner bancou essa versão. Que não acrescenta nada ao universo DC, ao mundo, à vida de alguém. É um filme tão ruim quanto a versão Whedon.

A questão do velocista vermelho

James Gunn cuja presença na DC já havia mostrado certa habilidade em corrigir os problemas Snyder. Após dirigir o segundo filme do Esquadrão Suicida, bem superior ao primeiro e criar a série Peacemaker, mostrou que sabe misturar humor e violência e ironizar os machões marombados snyderianos, passa a ser o Feige da DC. É um momento de caos e indecisões. E ele é obrigado a extinguir alguns projetos e finalizar o filme do Flash. Problemático por estar conectado ao mundo criado por Snyder e pelo comportamento perdido nos anos 90 da principal estrela, Ezra Miller.

E o resultado é simples. The Flash não é uma obra-prima. O filme é uma versão da história Flashpoint, já adaptada para Animação e no Arrowverse. Ao mudar o passado para salvar a mãe, Barry Allen muda o futuro para pior. É quando ele é jogado no momento de introdução de Snyder: o ataque de Zod no filme Homem de Aço e é obrigado a se aliar a sua versão juvenil (que parece retirado de outro filme sobre viagem no tempo, Bill & Ted), ao Batman envelhecido versão Michael Keaton e a Supergirl.

Existem personagens pouco desenvolvidos (como a Supergirl), clichês (como uma cena de ressurreição de Jesus Cristo) e momentos de puro fanboyismo (como quase toda frase sem sentido de Michael Keaton, que deve estar tentando entender como dançar com demônio sobre a luz do luar até hoje).

Mas isso passa: o filme consegue usar o humor para todas essas cenas, dar sentido aos cameos e manter o ritmo. Ele funciona, basicamente porque o diretor Andrés Muschietti sabe aproveitar a nostalgia, como fez no filme “It: A Coisa”, sem comprometer muito a narrativa. Por exemplo, ao usar “De Volta para o Futuro”, ele já explica para a audiência o que está acontecendo com o tempo.

A mensagem final serve para Kevin Feige: viagens no tempo são um recurso narrativo pobre para resolver os problemas estruturais de seu filme. Elas podem ser usadas, como usaram tão bem na série Legion (com batata-fritas e não macarrão). Não como objetivo do filme, mas apenas como um evento, tão banal quanto ser atingido por raios e dirigir um Delorean. Acontece.

Qual é o segredo do sucesso de Cyberpunk: Edgerunners?

Confira a resenha com spoilers de Renato Vieira sobre o premiado anime baseado no RPG

“Cyberpunk: Edgerunners” ganhou merecidamente o prêmio de anime do ano do maior canal de anime japonês, o Crunchyroll. O interessante da coisa é que ele ganhou “apenas” esse prêmio, não ganhou em mais nenhuma categoria, nem ação, nem drama, nem animação, nem personagens, nada, então por que será que levou o maior prêmio da noite? A resposta mais óbvia seria que ele deveria ter ganhado mais prêmios, mas por algum tipo de injustiça ou preconceito acabou sendo prejudicado. Não creio que seja o caso, talvez o único prêmio tirado dele foi o de melhor personagem coadjuvante, Rebecca roubou nossos corações e foi “roubada” nessa competição.

Então de onde veio o sucesso de Cyberpunk se não dos méritos técnicos? Eu acredito que Edgerunners, apesar de ser um mundo 50 anos no futuro com pessoas super-humanas e tecnologias indistinguíveis de mágica, é a história mais “real” que eu vi nos últimos anos. Todos estão lutando para sobreviver, e talvez até um dia escapar, num sistema capitalista distópico, em que só os ricos têm acesso a serviço médico de qualidade, a educação é estratificada e estudar em boas escolas é essencial para conseguir um emprego bem pago, a segurança é inexistente, gangues se matam em plena luz do dia na praça central da cidade. Se você enxergou que tudo isso já acontece no nosso mundo, você não está sozinho, porque, na verdade, ele é apenas o nosso mundo elevado a enésima potência.

O RPG que deu origem a todo esse universo de jogos de videogames, livros e quadrinhos, além da série de TV, foi escrito por Mike Pondsmith, um homem negro americano, e existe uma clara analogia com a experiência de vida negra neste mundo, mas ela é representada mais como classe social. Os pobres são escravos do sistema, independente da sua posição no mundo, se a corporação decidir que você é descartável não há recurso, com sorte você terá tempo de correr pra um ripperdoc, porque os implantes no seu córtex cerebral foram desativados e você esqueceu como se respira. 

No jogo Cyberpunk 2077, o objetivo da Arasaka, maior corporação mundial, é, literalmente, roubar as almas das pessoas, transformando-as em arquivos digitalizados, programas de computador que simulam os pensamentos e aspirações das pessoas, mas que podem ser minerados e manipulados ao bel prazer dos interesses da empresa. E isso já acontece na realidade corrente, a indústria de fake news que idiotizou milhões de pessoas em todo mundo, que vende as ideias mais absurdas como terra planismo, anti vacinas e criou figuras messiânicas de políticos claramente fascistas. Nada mais é do que uma grande manipulação das mentes humanas que não passa por implantes cibernéticos.

Edgerunners é uma história que vive e morre em seus personagens, pessoas normais que não estão tentando salvar o mundo, nem são moralmente superiores. Muito pelo contrário, as motivações de quase todos os personagens passam por algum tipo de plano de fuga. Seja para a Lua, literalmente, como Lucy fugindo da Arasaka, que lhe abusou desde criança, seja o David Martinez tentando se agarrar às aspirações alheias, pois não é capaz de ter esperanças próprias, ou até mesmo da Kiwi, que vendeu seus amigos e se arrependeu amargamente. 

A mentalidade de quase todos não difere muito de uma pessoa que joga religiosamente na loteria, se agarrando a uma chance em um milhão de escapar dessa vida miserável e tirar a sorte grande. E quando eu digo que vive e morre eu não estou exagerando. Edgerunners é um drama disfarçado de ação em luzes neon. Assim como em nossa realidade, a maioria dos personagens não escapa da armadilha capitalista de ganhar no Show do Milhão, na loteria, de ficar famoso, de, essencialmente, escapar dessa corrida de ratos que nunca chega a lugar nenhum. É deprimente pensar que até a esperança é usada como arma contra as pessoas comuns tanto lá quanto cá.

Seria fácil cair na armadilha de achar que os personagens de cyberpunk são heróis rebeldes lutando contra um sistema injusto, vilões imorais cometendo crimes sem limitações nem ética, ou até mesmo como sobreviventes num mundo terrível e distópico. Nada disso é mentira, mas o cerne de cyberpunk é, por mais incrível que pareça, o Amor, e não apenas o amor romântico de David por Lucy, ou de Rebecca por David, ou Dorio por Maine, mas o amor maternal de Gloria Martinez pelo seu filho, o amor de Pilar por sua irmã, Rebecca, e vice-versa, e de todos na equipe em geral, que são uma família de pessoas que se adotaram mutuamente. 

Mas o truque, ou melhor, a trapaça da história é que por mais nobres e generosas que sejam as motivações dos Edgerunners, eles vão longe demais, cometem todo tipo de crime para proteger seus amados de uma realidade cruel. Eles vão lentamente se perdendo no mundo, sob essa luz, a cyberpsicose, que é a responsável direta e indireta pela morte de vários personagens, e mais do que apenas uma doença física causada pelo abuso de implantes cibernéticos e imunossupressores. A cyberpsicose é uma doença da alma, uma consequência direta de ultrapassar os limites éticos manifestada em alucinações e perda da realidade. E numa grande ironia cósmica todos estão ao mesmo tempo se sacrificando uns pelos outros, se perdendo e destruindo aquilo que eles estão lutando para salvar.

No final das contas, fica a ecoar na minha cabeça a pergunta inicial do jogo “você prefere morrer velho como um zé-ninguém ou ter uma morte gloriosa antes dos trinta?” e a única certeza que eu tenho é que todas as respostas são erradas…

 Então qual será a pergunta certa?

‘Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes’ está disponível nas plataformas digitais

Para nossa alegria, “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes” já chegou às plataformas digitais. O filme poderá ser comprado na Apple TV, Google Play e Microsoft Store e, quem preferir essa opção, leva também conteúdos bônus do longa como vídeos de bastidores, cenas deletadas e erros de gravação.

Quem optar por alugar poderá fazer através da Claro TV+, Prime Video, Sky, Vivo Play ou Oi. O longa  conquistou o certificado Fresh no agregador de críticas Rotten Tomatoes, com 93% de aprovação do público. 

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes conta a história de um grupo improvável de aventureiros que armam um plano épico para recuperar uma relíquia perdida. Mas as coisas vão perigosamente mal quando eles encontram as pessoas erradas. A produção traz o mundo fantástico e o espírito divertido do RPG Dungeons & Dragons para a tela grande em uma aventura hilária e repleta de ação.

O filme conta com um elenco repleto de grandes nomes: Chris Pine interpreta o bardo Edgin, Michelle Rodriguez como a bárbara Holga, Hugh Grant como o vilão Forge, Regé-Jean Page como o paladino Xenk, Justice Smith como o feiticeiro Simon e Sophia Lillis no papel da druida Doric.

Conteúdo bônus detalhado:

  • Do Dado ao Dragão: Honrando a Lore — Conheça os bastidores do filme com Chris Pine, Michelle Rodriguez e outros membros da equipe e do elenco para testemunhar a emocionante jornada de trazer o clássico jogo de RPG à vida.
  • Galeria de Rogue: Os heróis de Dungeons & Dragons — Conheça os heróis do filme enquanto o elenco se aprofunda em seus personagens e revelam os segredos de os trazerem para a tela.
  • Bobos fantásticos — Explore o lado sombrio de D&D com uma visão dos complexos e fascinantes vilões do filme.
  • Criaturas — Confira todos os detalhes das criaturas mágicas e fantásticas desse longa.
  • Forjando o Forgotten Realms — Descubra os segredos por trás dos sets e locações de tirar o fôlego em terras distantes!
  • Espadas, Machados e Brigas — Conheça em detalhes as sequências de ação conferindo os bastidores das acrobacias e armas poderosas que fizeram parte dessa aventura.
  • Erros de gravação — Não perca os hilários erros de gravação.
  • Cenas estendidas e deletadas — Descubra mais sobre a ação do longa com cenas deletadas e estendidas que não foram apresentadas nos cinemas!