HQ criada por Fabrício Martins e Laura Jardim foi finalista do 2º Prêmio Geek de Literatura
E se fosse possível apagar suas memórias para começar uma nova vida? Esquecer as experiências ruins, traumas e todos os dissabores? Como isso poderia impactar em seus amigos ou familiares?
Essa é a premissa de Oblivion, história em quadrinhos criada por Fabrício Martins e Laura Jardim, obra que foi finalista na edição do Prêmio Geek de Literatura. Lançado de forma independente em 2021, com o apoio da Lei Aldir Blanc de Minas Gerais, o quadrinho teve uma boa recepção no circuito de festivais e feiras. E segue como mais vendido ebook kindle na categoria em Ficção Científica em Graphic Novels na Amazon.

Na narrativa, que se passa alguns anos no futuro, acompanhamos Anna. A protagonista tem poucos amigos verdadeiros, uma família que não a entende, um trabalho repetitivo com um chefe ruim e tem bem menos dinheiro do que gostaria. Essas questões, tão comuns, começam a pesar, levando Anna ao desânimo e tristeza. E aos poucos vemos como a personagem começa a cogitar apagar sua memória completamente.
Fabrício Martins e Laura Jardim, responsáveis respectivamente pelo roteiro e pelas ilustrações e colorização de Oblivion, bateram um papo super bacana comigo para o Achados e Perdidos, no canal do Youtube do Bar Princesa que você pode conferir neste link.
Porém, tivemos um problema na gravação e perdemos uma parte da entrevista. Mas Fabrício Martins gentilmente respondeu novamente a pergunta que faltou, por escrito, para que a nossa conversa não ficasse incompleta.

Bar Princesa: Como surgiu a ideia para criar Oblivion? Como foi o processo de criação?
Fabrício Martins: Toda a vontade de fazer quadrinhos veio da Laura. Ela queria muito fazer uma HQ para participar do Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ, e eu perguntei para ela se ela se importaria de fazer um projeto em conjunto. Todos os dias eu agradeço muito por ela ter topado.
Nossa ideia inicial incluía a tecnologia de apagar memória que apresentamos na versão inicial. Mas a premissa era diferente. Como somos dançarinos, Laura e eu, de Lindy Hop (um estilo de dança, nascido na década de 20/30 no Harlem, bairro negro de New York/EUA) a gente ama a cultura vintage e o jazz dessa época. O projeto inicial era mostrar um grupo de amigos que vive no futuro, mas são obcecados com o passado, em um mundo que as pessoas pagam para esquecer o passado.
Mas na medida que criamos a Anna, nossa protagonista, fomos nos apaixonando por ela e deixando-a nos conduzir por outros caminhos. Nesse ponto, a história mudou completamente e passou a ser sobre uma mulher que não sabe dizer não, que passa por uma série de problemas (uns pequenos e outros nem tanto) e que começa a cogitar “e se eu apagasse minha memória e começasse a vida de novo”?
Toda a criação de personagens, ambientação e diagramação ficaram por conta da Laura. No início, escrevi um roteiro muito aberto, mas por causa do prazo curto, as outras versões (foram muitas) ficaram cada vez mais decupadas e com sugestões estruturais.
Mas sempre com diálogo constante entre nós dois. Laura fazia os storyboards e me devolvia para adaptar os diálogos e outros detalhes. E a cada página que eu recebia, minha visão sobre aquela história mudava completamente. A única coisa constante era que eu me apaixonava cada vez mais pelas soluções visuais de Laura.
No fim, contamos também com a ajuda de Jane Carmen, na arte final; do Carlos ‘Caule’ Henrique, na diagramação; e da Clarice Pales, na revisão, fechando a melhor equipe de quadrinhos do mundo.
Para saber mais sobre Oblivion, confira o bate-papo no canal do YouTube do Bar Princesa (estreia dia 7 de julho).
A HQ Oblivion está disponível na Amazon, nos links:
Oblivion na Amazon – Quadrinho físico


Um comentário em “Oblivion – Quadrinho independente mineiro aborda de forma sensível o tema da depressão”